quarta-feira, 6 de abril de 2011

Biografia de Hilda Hilst

Hilda de Almeida Prado Hilst (Jaú, 21 de abril, 1930Campinas, 4 de fevereiro de 2004) foi uma poetisa, escritora e dramaturga brasileira.
  
Hilda Hilst foi a única filha do fazendeiro de café, jornalista, poeta e ensaísta Apolônio de Almeida Prado Hilst, filho de Eduardo Hilst, imigrante originário da Alsácia-Lorena, e de Maria do Carmo Ferraz de Almeida Prado. Sua mãe, Bedecilda Vaz Cardoso, era filha de imigrantes portugueses. Em 1932, seus pais se separam. Em plena Revolução Constitucionalista, Bedecilda muda-se para Santos, com Hilda e Ruy Vaz Cardoso, filho do seu primeiro casamento. Em 1935, Apolônio é diagnosticado como paranóico esquizofrênico.
Em 1937, Hilda ingressa como aluna interna do Colégio Santa Marcelina, em São Paulo, onde cursará o primário e o ginasial, com desempenho considerado brilhante. Neste ano a mãe lhe revela a doença de seu pai. Em 1945, inicia o curso secundário no Instituto Presbiteriano Mackenzie, onde permanece até a conclusão do curso. Em 1948, entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco). Seu primeiro livro, Presságio, é publicado em 1950. A partir de 1951, ano em que publica seu segundo livro de poesia, Balada de Alzira, é nomeada curadora do pai. Conclui o curso de Direito em 1952. Na universidade conhece sua melhor amiga, a escritora Lygia Fagundes Telles. Em 1966, mudou-se para a Casa do Sol, uma chácara próxima a Campinas, onde hospedou diversos escritores e artistas por vários anos. Ali dedicou todo o seu tempo à criação literária.
Hilda Hilst escreveu por quase cinqüenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do Brasil. Em 1962 recebeu o Prêmio PEN Clube de São Paulo, por Sete Cantos do Poeta para o Anjo (Massao Ohno Editor, 1962). Muda-se para a Casa do Sol, construída na fazenda, onde passa a viver com o escultor Dante Casarini, em 1966. Em setembro do mesmo ano, morre seu pai. Dois anos depois, Hilda casa-se com Dante. Em 1969, a peça O Verdugo arrebata o Prêmio Anchieta, um dos mais importantes do país na época. No mesmo ano, a cantata Pequenos Funerais Cantantes, composta por seu primo, o compositor Almeida Prado, sobre o poema homônimo de Hilda, dedicado ao poeta português poeta português Carlos Maria Araújo, conquistou o primeiro prêmio do I Festival de Música da Guanabara.
A Associação Paulista de Críticos de Arte (Prêmio APCA) considera Ficções (Edições Quíron, 1977) o melhor livro do ano. Em 1981, Hilda Hilst recebe o Grande Prêmio da Crítica para o Conjunto da Obra, pela mesma Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 1984, a Câmara Brasileira do Livro concede o Prêmio Jabuti, idealizado por Edgard Cavalheiro (1959) a Cantares de Perda e Predileção (Massao Ohno - M. Lydia Pires e Albuquerque editores, 1983), e, no ano seguinte, a mesma obra recebe o Prêmio Cassiano Ricardo (Clube de Poesia de São Paulo). Rútilo Nada, publicado em 1993, pela editora Pontes, leva o Prêmio Jabuti como melhor conto. E, finalmente, em 9 de agosto de 2002, é premiada na 47ª edição do Prêmio Moinho Santista na categoria Poesia.
A escritora ainda participou, a partir de 1982, do Programa do Artista Residente, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
Assuntos tidos como socialmente controversos, por exemplo, o lesbianismo, a homossexualidade e a pedofilia, foram temas abordados pela autora em suas obras. No entanto, conforme a própria escritora confessou em sua entrevista ao Cadernos de Literatura Brasileira, seu trabalho sempre buscou, essencialmente, retratar a difícil relação entre Deus e o homem.
Seu arquivo pessoal foi comprado pelo Centro de Documentação Alexandre Eulálio, Instituto de Estudos de linguagem - IEL, UNICAMP, em 1995, estando aberto a pesquisadores do mundo inteiro.
Alguns de seus textos foram traduzidos para o francês, inglês, italiano e alemão. Em março de 1997, seus textos Com os meus olhos de cão e A obscena senhora D foram publicados pela Editora Gallimard, tradução de Maryvonne Lapouge, que também traduziu Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa.
Muitas de suas obras se esgotaram e não eram encontradas até que a Editora Globo republicou vários títulos.

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